Pimentalab – Laboratório de Tecnologia, Política e Conhecimento
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Pimentalab é um laboratório transdisciplinar sediado na UNIFESP que atua em investigações sobre práticas de conhecimento, tecnopolíticas e lutas sociais. Estamos interessades em ações de pesquisa situadas, pensando em formas de ativação e cuidado de formas de vida (e suas tecnologias) que emergem em situações de conflito e tensões ontoepistemológicas, orientadas para a cooperação e produção do Comum. Investigamos as novas configurações do capitalismo contemporâneo e da relação saber-poder a partir da ordem técnica do mundo – infraestruturas, tecnologias de conhecimento, dispositivos de controle, tecnologias digitais e mediação cibernética – e seus modos de subjetivação, assim como formas coletivas de resistência, experimentação e sustentação do Comum nas interfaces entre territórios, corpos, dissidências e ações técnicas e científicas. Recentemente, perseguimos uma prática de pesquisa multiescalar para pensar as reverberações do Antropoceno/Tecnoceno e a Guerra de Mundos que ele engendra, também cartografando outras proposições e fabulações de mundos, práticas de conhecimento que emergem pela coexistência humanas e outras que humanas nos cruzamentos entre cosmotécnicas e cosmopolíticas.
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Em diferentes sociedades podemos estabelecer relações de interdependência entre os modos de organização social, as formas de produção/difusão de conhecimentos, as tecnologias de comunicação e as formas de exercício do poder de cada momento histórico. Atualmente, no campo da produção/difusão de conhecimentos observamos mudanças radicais na relação com o saber, tanto na forma de acesso quanto nas próprias formas e locais de produção de novos saberes, em parte relacionadas à crescente mediação das tecnologias digitais. Simetricamente, observamos no campo político profundas transformações nos modos de ação e mediação institucional, seja na prática de grupos ativistas, movimentos sociais ou mesmo em novas individuações coletivas e modos de subjetivação política que tem emergido. Nesses dois eixos (saber-poder) há dinâmicas e problemas comuns relativos à mediação das tecnologias digitais de comunicação que nos interessa analisar.
Ao mapearmos e analisamor um amplo conjunto de experiências procuramos identificar elementos que possam constituir uma gramática comum, um repertório partilhado de formas de ação, organização, modos de conhecer e princípios ético-políticos. A escolha de algumas dessas experiências, justamente pela forma como enunciam e tensionam certos problemas contemporâneos, permite-nos examinar transformações sociais que possuem amplo alcance. Para isso, nossa atenção estará dirigida para alguns aspectos que identificamos como transversais a essas experiências e que possuem modulações e combinações distintas em cada caso. Tais elementos tornam-se os vetores de análise para que possamos interrogar os novos problemas (teóricos e práticos) que surgem. Neste sentido, podemos destacar as seguintes temáticas como possíveis recortes para projetos de pesquisa mais específicos:
- tecnopolítica: tecnologia e prática politica; modos de apropriação e uso de tecnologias; disputas sobre a dimensão sociopolítica da tecnologia e os efeitos do design incorporado; tecnologia e democracia.
- reconfigurações da política: poder, ativismo, resistência e criação, movimentos sociais e sociedade de controle.
- produção de conhecimentos situados e pesquisa ativista: ciência cidadã (amadora ou ativista); co-pesquisa; conhecimento rebelde; pesquisa situada e implicada; laboratórios cidadãos e de inovação social.
- economia da informação e do conhecimento: trabalho imaterial, tensões sobre as políticas de acesso e difusão da informação, commons, produção entre pares (p2p) e capitalismo informacional.
- linguagens e conhecimento sensível: visualidade, tecnologias de imagem, sociologia/antropologia visual; imagem e suas epistêmes; formas de comunicar e tornar apreensivel dimensões sensíveis do conhecimento.
- metodologias de pesquisa e educação: co-pesquisa, experiência, prototipagem, metodologias participativas, educação democrática, pedagogia radical; educação expandida.
- micropolítica e modos de subjetivação: modos de associação, organização e ação coletiva; poder, autonomia e crítica institucional.
Projetos de Pesquisa em andamento:
- Assimetrias e (in)visibilidades da Vigilância: conhecimento situado, pesquisa e ação social na América Latina – Desenvolvida no âmbito da Rede Latino americana de Estudos em Vigilância, Tecnologia e Sociedade (LAVITS) com apoio da Fundação Ford.
Projetos de Pesquisa recentes (concluídos):
- Pesquisa de Pós-Doutorado no IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, no LIINC – Laboratório Interdisciplinar sobre Informação e Conhecimento, sob supervisão da Profa. Dra. Sarita Albagli – ; com período de pós-doutorado no CSIC – Consejo Superior de Investigaciones Científicas de Madrid, sob supervisão do Prof.Dr. Antonio Lafuente, com apoio da CAPES (2017-2018).
- Tecnopolítica e Saberes Rebeldes – (2015-2017) – LAVITS e Apoio Ford Foundation.
- Ciência Aberta e Desenvolvimento Local – (2015-2016) – Apoio OCSDnet – IDRC/Canadá:
- Ciência Aberta – Pesquisa de Pós-Doutorado no IBICT/UFRJ com apoio do CNPq (2015-2017).
contato: henrique [@rroba] pimentalab.net
Link para Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0062702EOV4GQX