Ensaio de Fernanda Van Grieken
A aceleração digital e a consciência ecológica estão se manifestando, mais do que nunca, em tempos de pandemia. Não é novidade dizer que o coronavírus transformou nossas vidas. Desde o início da quarentena, mudaram as formas de trabalhar, de nos comunicar, de nos vincularmos uns aos outros, a cada mês a nossa imaginação e a forma de perceber o mundo mudaram. Depois de um ano, é difícil pensar que o mundo antes do coronavírus era um mundo “sólido”, em termos de sistema econômico, social e cultural. A pandemia revelou a dilatação das desigualdades e a enorme tendência de concentração de riquezas que existe no planeta. Com um sentimento do “fim de mundo”, fomos submetidos ao isolamento e a inúmeros controles de vigilância e biopolíticos – alguns de natureza totalitária – jogados na grande arena de um “novo normal” em um planeta cada vez mais insustentável, “tanto do ponto de vista do tempo – abolição da ‘faturação’ – quanto do espaço – esgotamento dos recursos naturais, estreitamento da Terra”1.
Nesse contexto de No Future, o acréscimo do uso das inovações tecnológicas na vida social, aliado ao acometimento da crise climática, estão cada vez mais interligados. Não é à toa que a crise ecológica contemporânea se revela como resultado de um modo de produção “monotecnológico” em um sistema capitalista, globalizado e altamente dependente. De acordo com a Rovira (2020), o despertar de uma consciência crítica em forma de “multidões conectadas” e com uma “sensibilidade ecofeminista” levanta questões diante um futuro incerto: como pensar a partir de agora? Como sair da crise? Somos livres para decidir nosso futuro ou estamos destinados a testemunhar o fim de uma era sem escrúpulos? O que precisamos mudar para isso? Como imaginar um futuro civilizador à beira de um colapso sistêmico? 2
Segundo Markus (2020) o coronavírus revela as fragilidades sistêmicas da ideologia dominante do século XXI. Um deles é a crença errônea de que somente o progresso científico e tecnológico pode impulsionar o progresso humano e moral3. Em relação a isso, o filósofo chinês Yuk Hui destaca que:
A globalização unilateral que chegou ao fim está sendo substituída pela competição da aceleração tecnológica e dos encantos da guerra, da singularidade tecnológica e dos sonhos transumanistas. O Antropoceno é um eixo global de tempo e sincronização que se baseia nesta visão do progresso tecnológico em direção à singularidade. Reabrir a questão da tecnologia é rejeitar esse futuro tecnológico homogêneo que se nos apresenta como única opção4.
Poderia haver uma alternativa tecnológica para a atual crise global que não seja um retorno à natureza primitiva? Poderíamos pensar em uma tecnologia latino-americana, amazônica, inca ou maia?
Svampa (2019) afirma que “a virada antropocénica nos obriga a repensar a ligação entre a sociedade e a natureza, entre o humano e o não humano”5. Nesse sentido, Hui (2017) propõe uma ontologia de futuros fragmentados para a era do Antropoceno, em que outra relação com a tecnologia é possível: “Eu defendo a tese de que um pluralismo ontológico só pode ser realizado refletindo sobre a questão da tecnologia e uma política da tecnologia”6. Para isso, o autor aborda a importância da pluralidade de tecnologias criadas e disseminadas a partir de contextos muito específicos, ou seja, concebe a ideia de uma tecnologia decolonial para pensar a técnica fora das referências eurocêntricas: “A modernização como processo de sincronização faz surgir um ponto de inflexão que reabre conceitos como natureza e técnica, que foram herdados como universais sem serem questionados”. Desse modo, Hui expõe a necessidade de reestruturar a questão da tecnologia além das dicotomias pré-moderna/moderna ou sociedades “civilizadas” e “primitivas”, e contrapõe às ideias de determinismo e aceleracionismo tecnológico – visões profundamente arraigadas nas últimas décadas – para promover uma ruptura da técnica entendida como um “Universal” que exclui tradições culturais – como a cultura maia ou as antigas culturas da China e o Japão – do conceito de técnica7.
Assim, a proposta filosófica de Yuk Hui procura refletir sobre outros futuros a partir dos cruzamentos com a tecnologia e propõe a ideia de caminhar para uma “tecnodiversidade”, para uma multiplicidade de “cosmotécnicas” que se diferenciam em valores, epistemologias e modos de existência. Nas palavras do autor, a cosmotécnica “não rejeita a tecnologia moderna, mas busca a possibilidade de diferentes futuros tecnológicos”. De tal modo, a perspectiva da tecnodiversidade revela a urgência de universos tecnológicos plurais que reflitam as necessidades, características e visões das comunidades historicamente excluídas. No entanto, o autor defende reavaliar as diferentes tradições culturais sem cair no tradicionalismo conservador ou nacionalismo reacionário e xenófobo:
Hoje a questão não é renunciar à tradição ou defendê-la, mas como dessubstancializar a tradição e como se apropriar do mundo moderno do ponto de vista de uma tradição dessubstancializada em termos de episteme e epistemologia (…) Aqui não estamos considerando a revolta de pequenos grupos contra a Modernidade em nome da cultura ou da natureza; Em vez disso, estamos desenvolvendo uma estratégia geral para reapropriar a tecnologia que tem como primeiro passo afirmar a multiplicidade irredutível do tecnicismo8
Onde mais nossa civilização pode avançar? Da consciência crítica ao envolvimento coletivo.
Nos países do Sul Global, o caráter intrinsecamente insustentável da cultura moderna -que alguns anunciavam há décadas- tornou-se agora um saber comum que rejeita cada vez mais as noções de matriz ocidental e colonial. Na América Latina, a grande desigualdade se manifesta não apenas na disparidade de renda, mas também no acesso desigual a direitos básicos importantes como moradia, saúde, educação, abastecimento de água, etc., todos fatores importantes na luta contra a pandemia. O coronavírus, portanto, oferece mais uma razão para colocar nosso modo de vida à prova e reavaliar o imaginário apocalíptico que temos estabelecido nos últimos anos.
Nesta conjuntura, é precisamente esse saber comum que cria o sentido distinto de que outras visões de mundo podem ser construídas por meio da “reapropriação” ou “reconciliação” da tecnologia com as próprias práticas e culturas locais de cada comunidade9. Recuperar a diversidade técnica em um contexto de crise planetária envolve construir uma resistência desde a base da coletividade, o “contra-projeto” precisa ser plural e moral; é aí que a cosmotécnica como cosmopolítica entraria em jogo pois, mais do que um mero grupo de alternativas de desenho técnico, trata-se de envolver fatores que vão além do conhecimento experto, nas palavras do autor, a tecnodiversidade refere-se à:
(…) unificação do cosmos e da moralidade por meio de atividades técnicas, sejam artesanais ou artísticas. Não houve uma ou duas técnicas, mas muitas cosmotécnicas. Que tipo de moral, qual, e que tipo de cosmos e como uni-los variam de cultura para cultura de acordo com diferentes dinâmicas10
Nesse sentido, a abordagem cosmotécnica a partir de múltiplas ontologias poderia responder à crise ontológica apresentada por Svampa (2019) sobre os dualismos entre humano e não humano que construíram a identidade moderna e centralizaram o homem em termos de ser individual e totalizante11. No entanto, a construção de futuros alternativos por meio da cosmotécnica ainda exige mudanças fundamentais, não só nos indivíduos e coletivos, mas também no âmbito acadêmico e nas instituições públicas envolvidas na geração de conhecimento científico e tecnológico, preocupadas em divulgar e ampliar o debate sobre o assunto. Nessa mesma linha, o Coletivo Tecnodiversidade expõe a urgência de se criar recintos abertos e autônomos de pesquisa e ensino:
Acreditamos que é necessário promover iniciativas em diferentes escalas que permitam avançar em uma agenda política crítica sobre o papel que os governos de nossos países desempenham no colonialismo interno materializado na corporatização das políticas tecnológicas, no abandono da soberania e na imposição de modelos de mundo únicos12
Neste ponto, gostaria de resgatar as questões apresentadas por Rovira (2020): “Por que não imaginar uma tecnologia digital para o comum e não para o negócio? Por que não ouvir os esforços de projetos alternativos? O que aprender com o que conquistamos na tecnopolítica da emancipação para nos mantermos conectados? ”13. Certamente os elementos determinísticos próprios de grande parte do imaginário do progresso científico e tecnológico devem ser abandonados ou transcendidos, para abrir o espaço de possibilidades futuras e compreender os diferentes rumos possíveis diante de qualquer decisão de desenho ou política tecnológica. Mas isso implica questionar as formas como as tecnologias são colocadas a serviço do capital e considerar novos espaços nos quais a tecnodiversidade pode funcionar como meio de ampliação diante dos atuais sistemas socioeconômicos e de disputa política. Nesse sentido, concordamos com o Hui em seu posicionamento na entrevista realizada pelo Hector Pavon (2020) sobre o papel das instituições sobre este debate:
Um novo caminho deve ser a diplomacia epistemológica: uma reabertura da múltipla natureza e da múltipla tecnologia: a tecnodiversidade. A melhor instituição para fazer isso não é o estado, mas a universidade. O problema é que as universidades só produzem conhecimento a serviço da indústria, mas não para transformá-la. É um grande problema e é responsabilidade, em parte, das universidades14.
É aqui que a filosofia da tecnodiversidade se depara com o poder e a lógica de um sistema hegemônico que dissolve todo o significado fora do exercício da “acumulação”. No entanto, a crescente consciência da fragilidade dos ecossistemas tem exigido cada vez mais práticas tecnológicas responsáveis, autônomas e locais. Ao mesmo tempo, com a emergência da covid, o aumento da desigualdade social aunada à precarização do trabalho produto do auge da automatização, das plataformas digitais e mais recentemente da Inteligência Artificial, também tem reclamado pela democratização das práticas tecnológicas, no sentido de encontrar formas de socializar a infraestrutura para deixar de depender das grandes corporações. De acordo com a Paz (2020) “A pandemia reforçou a ubiquidade das tecnologias em nossas vidas e essa é a melhor oportunidade que temos para entender a necessidade urgente de reivindicar de volta o controle individual e coletivo daquela que é instalada nos âmbitos público e privado em nosso nome”15
Mesmo que ainda subestimados pelos atores dominantes nos processos de decisão sobre tecnologia, inúmeros projetos coletivos já estão debatendo questões relativas à tecnodiversidade. Exemplos como as redes de investigação e desenvolvimento de software livre, de agricultura comunitária, de arquitetura coletiva e autogestionada, de luta pela democracia territorial, pelo meio ambiente, pela terra, demostram um novo paradigma ontológico do comum que dialoga com a cosmotécnica no sentido de criar um lugar de intercâmbio, colaboração e ativismo na procura de expansão dos cosmos por meio de práticas tecnopolíticas: como código livre, open source, creative commons, copyleft, cultura hacker, democracia real, espaço comum, estudos de vigilância, redes de biodiversidade, entre outros16.
Portanto, para além das dimensões analíticas apresentadas, o debate fundamental da cosmotécnica é uma chamada a pensar diferentes versões de desenvolvimento tecnológico que envolvem formas divergentes de reconciliar o mundo não-humano e o humano por meio da tecnologia. Qualquer pessoa interessada no potencial da tecnodiversidade – ativistas, acadêmicos, engenheiros, designers, artistas e programadores da comunicação e linguagem digital – deve abraçar calorosamente a visão de Yuk Hui sobre o estudo da cosmotécnica. Com essa ideia, o mesmo autor propõe a criação de uma rede de pesquisa universitária que envolva diferentes epistemologias e epistemes com formas locais de pensar e sentir, reconhecendo a necessidade de preservar e disseminar amplamente o aprendizado crítico sobre a noção da tecnologia na construção de futuros alternativos.
Referências
HUI, Yuk. Cosmotécnica como Cosmopolítica. In. Tecnodiversidade, São Paulo: Ed. UBU, 2020. Artigo em inglês disponível em: https://www.e-flux.com/journal/86/161887/cosmotechnics-as-cosmopolitics/
HUI, Yuk. ¿Qué comienza después del fin de la ilustración? Fragmentar el futuro. Ensayos sobre tecnodiversidad, Buenos Aires, Caja Negra Editora, 2020. Traducción de Tadeo Lima. Disponível em: https://www.teseopress.com/imagenesmutantes/chapter/que-comienza-despues-del-fin-de-la-ilustracion/#return-footnote-19-1
HUI, Yuk. Cien años de crisis. Segunda Parte. Caja Negra Editora. 2020. Disponível em: https://cajanegraeditora.com.ar/blog/cien-anos-de-crisis-segunda-parte/
PELBART, Peter Pal. Biopolitica e Brutalismo em chave estrategicas. Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, Florianópolis, v. 17, p.01-10, jan./dez. 2020. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/72591/44768
ROVIRA, Guiomar. Lavits_Covid19_#13: tiempos virales: luchas intercomunales frente a la contrainsurgencia en red. Rede latino-americana de estudos sobre vigilância, tecnologia e sociedade LAVITS, jul. 2021. Disponível em: https://lavits.org/lavits_covid19_13-tiempos-virales-luchas-intercomunales-frente-a-la-contrainsurgencia-en-red/?lang=pt
SPERANZA, Graciela. Futuro presente / compilado por Graciela Speranza. 1ª ed. Ciudad Autonoma de Buenos Aires: Siglo XXI Editores Argentina; Instituto Torcuato Di Tella. 2019.
SVAMPA, Maristella. Antropoceno, perspectivas críticas y alternativas desde el Sur global. Futuro presente / compilado por Graciela Speranza. 1ª ed. Ciudad Autonoma de Buenos Aires: Siglo XXI Editores Argentina; Instituto Torcuato Di Tella. 2019.
PAZ, Maria. Lavits_Covid19_#9: o paradigma tecno-político criado pela pandemia: o risco e a oportunidade. Rede latino-americana de estudos sobre vigilância, tecnologia e sociedade LAVITS, jun. 2020. Disponível em: https://lavits.org/lavits_covid19_9-o-paradigma-tecno-politico-criado-pela-pandemia-o-risco-e-a-oportunidade/?lang=pt
PAVON, Hector. Entrevista: Yuk Hui: “Vivimos tiempos inquietantes, de falsedad normalizada”. Revista Clarin. C.A.B.A, Argentina. 2020. Disponível em: https://www.clarin.com/revista-enie/ideas/yuk-hui-vivimos-tiempos-inquietantes-falsedad-normalizada-_0_PlcCj881l.html
NOTAS
1 PELBART, Peter Pal. Biopolitica e Brutalismo em chave estrategicas. Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, Florianópolis, v. 17, p.01-10, jan./dez. 2020. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/72591/44768
2 ROVIRA, Guiomar. Lavits_Covid19_#13: tiempos virales: luchas intercomunales frente a la contrainsurgencia en red. Rede latino-americana de estudos sobre vigilância, tecnologia e sociedade LAVITS, jul. 2021. Disponível em: https://lavits.org/lavits_covid19_13-tiempos-virales-luchas-intercomunales-frente-a-la-contrainsurgencia-en-red/?lang=pt
3 MARKUS, Gabriel. El orden mundial previo al virus era letal. El Pais, mar. 2020. Disponível em: https://elpais.com/cultura/2020/03/21/babelia/1584809233_534841.html
4 HUI, Yuk. Cosmotechnics as cosmopolitics. E-Flux, 86, nov. 2017. Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/86/161887/cosmotechnics-as-cosmopolitics/
5 SVAMPA, Maristella. Antropoceno, perspectivas críticas y alternativas desde el Sur global. Futuro presente / compilado por Graciela Speranza. 1ª ed. Ciudad Autonoma de Buenos Aires: Siglo XXI Editores Argentina; Instituto Torcuato Di Tella. 2019.
6 HUI, Yuk. Cosmotechnics as cosmopolitics. E-Flux, 86, nov. 2017. Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/86/161887/cosmotechnics-as-cosmopolitics/
7 HUI, Yuk. ¿Qué comienza después del fin de la ilustración? Fragmentar el futuro. Ensayos sobre tecnodiversidad, Buenos Aires, Caja Negra Editora, 2020. Traducción de Tadeo Lima. Disponível em: https://www.teseopress.com/imagenesmutantes/chapter/que-comienza-despues-del-fin-de-la-ilustracion/#return-footnote-19-1
8 PAVON, Hector. Entrevista: Yuk Hui: “Vivimos tiempos inquietantes, de falsedad normalizada”. Revista Clarin. C.A.B.A, Argentina. 2020. Disponível em: https://www.clarin.com/revista-enie/ideas/yuk-hui-vivimos-tiempos-inquietantes-falsedad-normalizada-_0_PlcCj881l.html
9 Instituto Humanitas Unisinos. Yuk Hui e apergunta pela cosmotécnica, set. 2020. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/602804-yuk-hui-e-a-pergunta-pela-cosmotecnica
10 https://www.e-flux.com/journal/86/161887/cosmotechnics-as-cosmopolitics/
11 SVAMPA, Maristella. Antropoceno, perspectivas críticas y alternativas desde el Sur global. Futuro presente / compilado por Graciela Speranza. 1ª ed. Ciudad Autonoma de Buenos Aires: Siglo XXI Editores Argentina; Instituto Torcuato Di Tella. 2019.
12 Presentação The Technodiversity Collective. Disponivel em: http://technodiversity.org/
13 ROVIRA, Guiomar. Lavits_Covid19_#13: tiempos virales: luchas intercomunales frente a la contrainsurgencia en red. Rede latino-americana de estudos sobre vigilância, tecnologia e sociedade LAVITS, jul. 2021. Disponível em: https://lavits.org/lavits_covid19_13-tiempos-virales-luchas-intercomunales-frente-a-la-contrainsurgencia-en-red/?lang=pt
14 PAVON, Hector. Entrevista: Yuk Hui: “Vivimos tiempos inquietantes, de falsedad normalizada”. Revista Clarin. C.A.B.A, Argentina. 2020. Disponível em: https://www.clarin.com/revista-enie/ideas/yuk-hui-vivimos-tiempos-inquietantes-falsedad-normalizada-_0_PlcCj881l.html
15 PAZ, Maria. Lavits_Covid19_#9: o paradigma tecno-político criado pela pandemia: o risco e a oportunidade. Rede latino-americana de estudos sobre vigilância, tecnologia e sociedade LAVITS, jun. 2020. Disponível em:
16 Para uma lista de alguns exemplos consultar os sites: https://lists.riseup.net/www/home, https://www.mrap.info/, https://www.tierracomun.net/, https://emapic.es/survey/bCGfKO4, https://infolet.it/, http://technodiversity.org/, https://ello.co/wtf/artists/artist-collective/, https://www.digitalmanifesto.net/ , https://data-activism.net/, https://tecnodiversidad.net/